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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Até a Folha ridiculariza tentativa tucana de tapetão

Autor: Miguel do Rosário

FHC-AECIO-REIS
A tentativa patética do PSDB de tentar impedir a diplomação de Dilma Rousseff e o seu pedido, insano, de exigir que o TSE diplomasse Aécio Neves como presidente da república, causaram estupefação até mesmo na mídia pró-tucana.
Seria bom acrescentar que a tradição do tapetão, por parte do PSDB, vem de longe: afinal, o que foi a articulação para aprovar a emenda da reeleição, no primeiro governo FHC, senão um tapetão muito bem estruturado? Aprovar reeleição para si mesmo, sem fazer plebiscito, sem mudar constituinte, é golpe. Comprando votos ou não.
Confira o artigo de Bernardo Mello Franco.
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Choro de perdedor
Por BERNARDO MELLO FRANCO, na Folha
BRASÍLIA – O PSDB pediu à Justiça Eleitoral que anule os votos de Dilma Rousseff e entregue a faixa de presidente ao candidato derrotado Aécio Neves. A ação tem 54 páginas e um início espantoso. Afirma que a petista teve uma “pífia vitória nas urnas” e que sua legitimidade é “extremamente tênue”, apesar da vantagem de 3,4 milhões de votos. Por dever de ofício, continuei a leitura.
O primeiro argumento tucano é que Dilma abusou do poder político ao convocar cadeias de rádio e TV para se promover. É verdade, mas ela já foi condenada e multada por isso.
Os exemplos citados são de março, no Dia da Mulher, e maio, no Dia do Trabalho. A campanha só começou em julho, e depois Marina Silva e o próprio Aécio chegaram a ultrapassar a petista nas pesquisas. Atribuir sua reeleição a dois pronunciamentos no primeiro semestre é uma ofensa ao eleitor, que já foi punido com a overdose de exposição dos três candidatos na propaganda obrigatória.
Algumas páginas adiante, o PSDB afirma que sindicatos apoiaram a candidata do PT. É uma acusação tão ociosa quanto dizer que bancos cerraram fileiras com o tucano.
Como provas, o texto enumera outdoors espalhados por professores mineiros em endereços como a rua 33, em Ituiutaba, e a avenida Pau Furado, em Uberlândia. Se Aécio pensa ter encontrado aí a razão do fracasso em seu próprio Estado, o PT já pode gelar o champanhe para 2018.
A ação ainda enfileira irrelevâncias como a publicação de notícias simpáticas à presidente em um site oficial e o transporte gratuito de eleitores para um comício em Petrolina.
Por fim, o PSDB cita Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, para sustentar que Dilma foi bancada por empreiteiras corruptas. Muitas também financiaram Aécio, mas isso é o de menos. Se as denúncias forem confirmadas ao fim do processo, a oposição poderá até defender o impeachment da presidente. Tentar impedir sua posse agora, no tapetão, parece apenas choro de perdedor.

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