Retorne ao SPIN

sábado, 11 de outubro de 2014

A imprensa, MP e Juizes nas eleições: Dilma critica o vazamento "seletivo" e "leviano" de depoimentos de Paulo Roberto

Jornal GGN - Durante entrevista no Palácio do Planalto, Dilma criticou a exploração pela imprensa das declarações vazadas de Paulo Roberto Costa para a Polícia Federal. A presidente declarou achar "estranho e muito estarrecedor que no meio de uma campanha eleitoral" esse tipo de divulgação, ou seja de declarações que não se constituem em provas concretas, ocorra antes mesmo que a justiça chegue a alguma comprovação. 
Em outros depoimetos vazados, o doleiro Alberto Youssef, envolvido no esquema, afirmou que Paulo Roberto foi contratado pela companhia a contragosto do PT, durante o governo Lula, por pressão de outros partidos (clique aqui). Agora, às vésperas do segundo turno das eleições, Dilma enfrenta uma sequência de manchetes que, segundo a presidente, estão sendo usadas por parte dos adversários tucanos para colarem a sua imagem ao esquema de contratos irregulares investigados pela Polícia Federal. 

ELDER OGLIARI, TÂNIA MONTEIRO E VERA ROSA - O ESTADO DE S. PAULO
Petista afirma que oposição jamais investigou casos de corrupção e na véspera da eleição 'querem dar um golpe' 
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o uso político das acusações do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef são uma tentativa de “golpe” dos opositores contra o seu governo. E sugeriu a existência de uma “manipulação política” nas
investigações das denúncias envolvendo a estatal. 
Costa e Youssef prestaram depoimento na quarta-feira passada à Justiça Federal do Paraná, em processo da Operação Lava Jato no qual são investigados desvios em contratos da Petrobrás para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
A dupla acusou três partidos da base governista de Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, de receberem comissões de empreiteiras que obtinham contratos da estatal. Deu ainda detalhes sobre a partilha do dinheiro, apontando o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, como destinatário da propina - segundo eles, o petista recebia até 3% dos valores de cada contrato e fazia os repasses.
À tarde, durante evento no Rio Grande do Sul, Dilma criticou o uso das denúncias por parte dos adversários tucanos e criticou o governo Fernando Henrique Cardoso. Foi nesse momento em que citou a tentativa de “golpe”. “Eles (do PSDB) jamais investigaram, jamais puniram, jamais acabaram com o crime horrível da  corrupção e, agora, na véspera da eleição, querem dar um golpe, estão dando um golpe”, afirmou a presidente em rápido comício, diante de centenas de pessoas, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
‘Leviano’. Mais cedo, em entrevista no Palácio da Alvorada, Dilma já havia explorado o assunto, citando a “manipulação política” e criticando o vazamento “seletivo” e “leviano” dos depoimentos. “Acho estranho e muito estarrecedor que no meio de uma campanha eleitoral façam esse tipo de divulgação. É muito importante para que, de fato, a gente combata a corrupção, que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais, de forma incompleta”, disse. “Eu acho que a investigação deve ser feita sem manipulação política ou qualquer outro tipo de intervenção. Não acredito que a legislação no Brasil possa ser aplicada ao sabor das circunstâncias e acredito que isso não contribui para o fortalecimento das instituições”, afirmou a petista.
Os depoimentos prestados à Justiça Federal do Paraná, na verdade, não estão sob segredo, e são públicos. Eles se diferem dos depoimentos prestados por Costa e Youssef no âmbito da delação premiada, por meio da qual eles esperam ter suas penas reduzidas ao colaborar com informações, estes sim, sigilosos. 
Também na entrevista em Brasília, Dilma atacou a gestão FHC no que se refere às
investigações. “A Polícia Federal foi aparelhada e dirigida durante algum tempo por pessoas que tinha filiação ao PSDB”, acusou, depois de ressaltar que na sua gestão PF e Ministério Público agem com autonomia. 
A presidente lembrou ainda que, durante a campanha eleitoral, surgem denúncias “que depois não se comprovam e assim que acaba a eleição, ninguém se responsabiliza por elas”. Aneontem, em São Paulo, Lula disse estar “de saco cheio” dessas denúncias.

Nenhum comentário: