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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Veja como como Aécio se enriquecia com a Arco Íris e silenciava a imprensa mineira


A oito dias de o grupo do senador Aécio Neves (PSDB) deixar o comando de Minas Gerais, o governo estadual divulgou nesta terça-feira, 23, os dados relacionados aos gastos com publicidade feitos pela administração desde 2003. Os dados mostram que, entre 2003 e 2011, o Estado repassou mais de R$ 1,1 milhão às três emissoras de rádio e ao jornal da família do tucano.

A iniciativa teve como objetivo desmontar acusações do PT e investigações em curso do Ministério Público. A partir de janeiro, o petista Fernando Pimentel assume o Estado no lugar de Alberto Pinto Coelho (PP), ex-vice-governador de Antonio Anastasia (PSDB), futuro colega de Aécio no Senado.

De 2003 a 2011, a Rádio Arco Íris, que detém uma franquia da Rádio Jovem Pan FM em Belo Horizonte, teria recebido R$ 1,06 milhão. A Rádio São João del Rei S/A e Vertentes FM, ambas em João del Rei, receberam juntas R$ 51, 8 mil. E o jornal Gazeta de São João del Rei, R$ 45,5 mil entre 2003 e 2011.

O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em 2011, após Aécio ter sido parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Ele dirigia um veículo registrado em nome da Arco Íris.

Aécio Neves governador  beneficiou os negócios da família do tucano.

Por nota, o diretório mineiro do PT destacou a iniciativa do governo mineiro em favor de mais transparência na gestão dos recursos públicos. O partido, no entanto, não deixou de provocar os tucanos.

“Mais uma vez, o PSDB despreza a inteligência dos mineiros e das mineiras. Somente agora, no apagar das luzes de um governo que esteve à frente do Executivo estadual durante doze anos, a Subsecretaria de Comunicação de MG disponibiliza os gastos com publicidade no Estado”, diz a nota do PT.

Os mineiros pagaram a conta da propaganda de Aécio
Nos 12 anos em que foi comandado pelos tucanos, o Estado gastou mais de R$ 547 milhões com publicidade, em valores corrigidos pela inflação

 As empresas de comunicação controladas pela família de Aécio que veicularam publicidade oficial durante seu governo receberam menos do que seus concorrentes.

Aécio e sua família controlam a rádio Arco Íris, retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte, e as rádios São João e Colonial, de São João del Rei, além do semanário "Gazeta de São João del Rei".

Da posse de Aécio, em 2003, até este mês, quando termina o governo tucano em Minas, os gastos do Estado com publicidade oficial aumentaram mais de 900%, já descontada a inflação do período.

Emissoras de TV ficaram com a maior fatia (R$ 290 milhões), com a Rede Globo em primeiro lugar. Entre os jornais (R$ 138 milhões), o maior beneficiado foi o "Estado de Minas", que apoiou editorialmente o governo de Aécio e sua candidatura presidencial.

O jornal é o maior do Estado e teve um aumento expressivo (1.428%) no valor recebido nos últimos 12 anos. Para o governo, no entanto, houve acréscimo na publicidade para "todos os veículos".

Só foram divulgados gastos efetuados pela administração direta, sem incluir despesas feitas por empresas estatais.

Em outubro, durante a campanha eleitoral, reportagem da Folha mostrou que o governo de Minas se recusava a divulgar informações sobre despesas que realizou para veicular publicidade em três rádios e um jornal controlados pela família de Aécio, que governou o Estado de 2003 a 2010 e disputou a eleição presidencial deste ano.

Na época, a Folha não conseguiu obter essas informações. O jornal apresentou requerimentos baseados na Lei de Acesso à Informação. O governo alegava que o levantamento concluído agora estava incompleto.

Os gastos foram divulgados em documentos no formato PDF, que podem dificultar sua análise. Os valores nas tabelas só podem ser processados após a conversão dos documentos em planilhas de cálculo, com o uso de ferramentas especiais. Na Folha

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Moraes, da FUP: Candidato do Globo para Petrobras é privatista empedernido


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Para João Antonio de Moraes, da FUP, Adriano Pires defende o pior modelo de exploração do petróleo para o povo brasileiro. Foto: Site do PSDB
por Conceição Lemes
Durante a campanha eleitoral, os tucanos, inclusive o candidato derrotado Aécio Neves, diziam abertamente que pretendiam voltar ao modelo antigo de exploração de petróleo.
Leia-se: regime de concessão, que vigorou na era FHC.
Em 6 de agosto de 1997, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sancionou a lei que liberou às grandes petroleiras internacionais a exploração do petróleo nas costas brasileiras, atividade até então exclusividade da Petrobrás.
Em 22 de dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o modelo de exploração. Passou do “regime de concessão” para o de partilha. É a lei 12.351/2010. Atualmente, nas áreas não licitadas do pré-sal e no campo de Libra, vigora a partilha. Já nas áreas leiloadas anteriormente à lei de Lula, o modelo de concessão.
O “mercado” e os seus tentáculos midiáticos nunca se conformaram com a mudança.
Nos últimos dias, com as denúncias de corrupção na Petrobrás, voltaram à cena, sem a menor preocupação de camuflar os reais objetivos: derrubar a presidente da Petrobras, Graça Foster; e voltar ao modelo de concessão, abrindo, assim, a possibilidade de Shell, Exxon, Chevron explorarem o pré-sal.
São tão caraduras que já têm até um substituto para Graça Foster: o consultor Adriano Pires, lançado peloO Globo. Adriano é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do Instituto Milenium.
“Na campanha eleitoral, o Adriano Pires teve o nome ventilado para a presidência da Petrobrás, caso Aécio Neves vencesse”, alerta João Antonio de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Ele, como os tucanos, defende com unhas e dentes o modelo de concessão. Seguramente, o pior modelo de exploração do petróleo para o povo brasileiro. É um privatista empedernido.”
Hoje em dia basicamente quatro modelos de exploração de petróleo no mundo. O Viomundo pediu então ajuda a Moraes, para nos explicar, de forma bem didática, as principais diferenças entre eles:
Monopólio – É o modelo que o Brasil adotou até 6 agosto de 1997, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sancionou a nova lei do petróleo, que o extinguiu. Toda a exploração do petróleo ficava nas mãos da Petrobrás. É o que a FUP defende e considera mais avançado.
Concessão – Vigorou de 6 de agosto de 1997 a 22 de dezembro de 2010, quando o ex-presidente Lula sancionou a lei 12.351, que instituiu o modelo de partilha.
No modelo de concessão, é feito o leilão da área em disputa. Ganha a empresa que oferecer maior parcela de dinheiro para o Estado. Nesse modelo, 100% do petróleo produzido após a licitação passa a pertencer à empresa vencedora. Ela só tem de pagar os tributos.
No modelo de concessão, o controle fica na mão das empresas, o que favorece a exploração predatória. Foi o que aconteceu na Argentina com a Repsol. A Argentina tinha reservas importantes que lhe garantiriam o futuro. Porém, graças às privatizações e ao modelo de concessão lá vigente, a Argentina exportou petróleo a 5 dólares o barril. Em setembro, estava tendo de importar a 100 dólares o mesmo barril. Atualmente, a 66 dólares.
Além de esgotar rapidamente a reserva do campo, o modelo de concessão implica outros riscos:
* Não gerar postos de trabalho na cadeia como um todo, já que possibilita a exploração do petróleo a qualquer preço.
* Não utilizar o retorno econômico do campo para fazer pesquisas. Aí, também um dos motivos dos ataques à Petrobrás, pois menos dinheiro vai para o bolso.
*Ambiental. Foi o que aconteceu num poço da empresa americana Chevron no Campo do Frade, na Bacia de Campos (RJ), em novembro de 2011. A Chevron quis produzir mais rápido e não respeitar normas de segurança. Resultado: um grande vazamento de petróleo no mar.
O risco ambiental é maior no modelo de concessão porque  o mecanismo que o Estado tem para controlar é muito pequeno. O máximo que pode se fazer é multar. Foi o que aconteceu no Campo de Frade. O Estado brasileiro multou e a Chevron voltou a produzir.
Partilha – É o que está em vigor. Começou a ser adotado no segundo governo Lula. É o meio termo entre a concessão e o monopólio.
No modelo de partilha, ganha a empresa que oferecer mais petróleo ao Estado brasileiro. Foi o que aconteceu no leilão do campo de Libra. Ganhou a empresa que ofereceu 41% do petróleo ao Estado. De cada barril de petróleo ali produzido, 41% ficam para o povo brasileiro. Mais os tributos sobre todo o volume explorado.
No modelo de partilha, diferentemente da concessão, a única operadora da área é a Petrobrás. O que permite ao povo brasileiro, através do Estado, controlar a produção.
Na partilha, as outras empresas entram como sócias investidoras. Mas quem vai trabalhar o campo, contratar os equipamentos, navios e, principalmente, controlar a produção é a Petrobrás. Isso é o mais importante. Permite que o país explore-o de acordo com as suas necessidades em vez de exauri-lo rapidamente, como acontece com a concessão.
Serviços – O Estado contrata os serviços de uma empresa para explorar o petróleo e paga por esse serviço. Mas o petróleo é do Estado.
“A manutenção do modelo de partilha é questão de soberania nacional”, sustenta João Antonio de Moraes. “É fundamental para a gente não seja um mero produtor de petróleo cru. E que se façam investimentos tanto na cadeia anterior – produção de navios, plataformas, gerando emprego e renda aqui nos estaleiros — quanto na outra ponta, que seria a refinaria, petroquímica e a indústria de transformação de plásticos”.
 Leia também:

http://www.viomundo.com.br/denuncias/moraes-da-federacao-dos-petroleiros.html

A mídia livre contra a velha mídia e a Justiça tucana


Do Balaio, de Ricardo Kotscho
"O Brasil vive não somente uma crise moral, mas também a da razão. Talvez prepare o caminho para outra, maior e fatal. Algo é certo: o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto".
(Assim termina a coluna de Mino Carta, na Carta Capital desta semana, publicada sob o título "Gigolette em Estocolomo", que vale a pena ler).
***
Algo de revolucionário anda acontecendo na relação entre produtores e consumidores de informações em nosso país. Esta semana, por exemplo, destaquei uma contradição entre o bombardeio sem tréguas desfechado pela velha mídia familiar contra Dilma Rousseff e o PT, ao mesmo tempo em que a aprovação e a popularidade da presidente subiam no Ibope.
Chamo de velha mídia familiar os grandes grupos de comunicação comandados pelos herdeiros de meia dúzia de barões, em contraposição à nova mídia livre que se tornou possível, e não para de crescer, desde o advento da internet, que permitiu a todo mundo se tornar, ao mesmo tempo, emissor e receptor de informações e opiniões.
Trata-se, enfim, da democratização da mídia, com a multiplicação de plataformas e agentes, acabando com o poder dos donos da verdade e seus porta-vozes, os antigos "formadores de opinião", hoje hospedados no Instituto Millenium. 
A primeira vez em que notei esta clara oposição entre a nova e a velha mídia foi na campanha presidencial de 2010, quando o então candidato tucano José Serra batizou todos os que se opunham a ele de "blogs sujos", certamente para diferenciá-los dos "blogs limpinhos" e seus donos, que o apoiavam.
Desta forma, os jornalistas não alinhados ao tucanato estariam condenados ao opróbio, blogueiros sem ccredibilidade, mas, com bom humor, muitos deles até adotaram a classificação nos encontros que passaram a promover para unir forças.
A divisão das mídias voltou a ser feita esta semana pelo jornal Folha de S. Paulo, ao divulgar os gastos com publicidade feitos pelo governo federal e as empresas estatais, no período entre 2000 e 2013.
Na divisão do bolo, segundo o próprio jornal, os grandes grupos da velha mídia ficaram com R$ 8,66 bilhões, restando cerca de 0,5% deste valor para o que a Folha definiu como "mídia alinhada ao governo", ou seja, chapa-branca. 
Diante desta disparidade colossal, Mino Carta, com a agudez de costume, comentou em sua coluna:
"Dirá o desavisado: alinhados e mal pagos (...). Ao listar os pretensos alinhados e não qualificar os demais, a Folha nos atribui o papel de jornalistas de partido e com isso fornece outra prova: como sempre, obedece aos seus naturais pendores e, no caso, manipula a informação e omite a qualidade dos demais, alinhados de um lado só, guiados pelo pensamento único enquanto, hipócritas inveterados, declaram sua isenção, equidistância, pluralidade. Ou seja, inventam e mentem".
Por mais que estejam perdendo audiência e circulação, estes veículos da velha mídia mantêm poder e faturamento, graças a uma sólida aliança construída nos últimos tempos com alguns representantes das mais altas instâncias do Judiciário a serviço do tucanato, como vimos no episódio do mensalão e se repete agora com o que chamam de petrolão. 
Na verdade, esta tabelinha entre os nobres da mídia e da Justiça ocupa o espaço deixado pela oposição partidária, agora mais destrambelhada e perdida do que nunca no combate ao governo petista, como já admitiu a própria Associação Nacional dos Jornais (ANJ).
Já não dá para saber se é a mídia que pauta o Judiciário, ou vice-versa, na mesma data. Nem é preciso citar nomes, para não fulanizar a questão, tão descarada é a atuação de alguns dos líderes desta aliança, que se autonomeou defensora da ética, do bem e dos "brasileiros decentes" (em alguns casos, parece até brincadeira...).
Ou alguém pode acreditar que eles estão mesmo preocupados em combater os fichas sujas da política (até o nosso eterno Paulo Maluf voltou a ficar com a ficha limpa, graças à Justiça) e os desmandos na Petrobras, já que o único objetivo é privatizar nossa maior empresa, de preferência nas mãos de empresas estrangeiras?
Como escrevi aqui na sexta-feira, não faço nenhuma questão de ter razão. Basta-me escrever o que penso sem pedir licença a ninguém.
Agora, abro este espaço para que os caros leitores do Balaio ocupem meu lugar e também digam o que pensam sobre o assunto. Não precisam concordar comigo. Mídia livre é isso: cada um pensa e diz o que quer. Manifestem-se!

A heroína do Fantástico e a Venina do Linkedin… Duas vidas diferentes?

Autor: Fernando Brito

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Depois de aceitar que Paulo Roberto Costa passou ao menos três anos roubando “enojado” e “enojado” continuava recebendo parcelas de propinas por contratos mesmo depois de ter sido afastado da empresa, agora temos a história mais que capciosa de D. Venina Fonseca, a quem não posso, por desconhecimento, acusar de nada – a Petrobras não abriu os detalhes dos processos interno que correm contra ela, embora ela tenha ido ao Fantástico acusar a presidente da empresa de cúmplice de todos os malfeitos da empresa.
Mas posso, como qualquer jornalista deveria fazer, comparar o que ela disse na televisão com o que é, segundo ela própria, sua carreira na empresa.
Segundo a transcrição da entrevista feita pelo Diário do Centro do Mundo, ela diz que “eu trabalhei junto com Paulo Roberto, isso eu não posso negar. Na diretoria de abastecimento, a partir de 2005″.
Não é verdade, segundo a própria Venina informa em seu currículo no Linkedin.
Lá, consta que ela era – o texto eu cito em inglês, como está escrito – “Manager, Implementation of Integrated Management Systems at Natural Gas Logistics Supervision Centre. De “ –  (2 years 1 month)“.
Ora, de 2001 a 2003, Paulo Roberto Costa era responsável pela Gerência Geral de Logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras…
Depois, segundo a própria Venina, em  seu Linkedin, foi ser “Assistant Manager to the Downstream Director’s Office” (diretor de abastecimento), em maio de  2004.
Paulo Roberto Costa assumiu a diretoria de abastecimento em… 14 de maio de 2004.
Não seria justo inferir ligações anteriores, mas é a própria Venina quem documenta que não foi “na diretoria de Abastecimento, a partir de 2005″, mas que durante ao menos sete anos era auxiliar de confiança de Paulo Roberto Costa.
Mais adiante, Venina diz:
“A opção que eles fizeram em 2009 foi realmente me mandar para o lugar mais longe possível, isso está entre aspas, onde eu tivesse o menor contato possível. Com a empresa, aparentemente eu estaria ganhando um prêmio indo para Cingapura, mas o que aconteceu foi que realmente quando eu cheguei lá me foi dito que eu não poderia trabalhar, que eu não poderia ter contato com o negócio, era para eu procurar um curso”.
De fato, Venina foi para Cingapura, como “Chief Executive Officer, PM Bio Trading Pte Ltd”, uma joint-venture entre a Petrobras, a Mitsui e a empreiteira Camargo Correia, empresa subordinada a… Paulo Roberto Costa, o diretor de Abastecimento, o enojado …
Quando PRC cai, Venina não é perseguida, mas promovida.
Passa a diretora-gerente (“Managing Director, Petrobras Singapore Private Limited”).
E, segundo ela própria, com amplos poderes pois assim ela define suas funções, desde então:
“Responsável por conduzir o aumento das receitas junto com as margens de lucro e ser responsável por todos os contratos, a evolução dos negócios, as principais partes interessadas e clientes. – Reestruturação de toda a unidade, que resultou em significativa redução de custos e aumentando o lucro líquido três vezes nos primeiros seis meses de nomeação. – Liderou s Petrobras Singapore (PSPL) para atingir um lucro líquido recorde de US 59,5 milhões  em 2012 de US $ 18 milhões em 2011, e, posteriormente, outro avanço no lucro líquido, de US $ 184 milhões em 2013″
Nada de ficar “encostada”, portanto. E muito menos de viver trancada, numa situação de quase “escrava branca”, algo que justificasse a melodramática declaração ao Fantástico de que ” me afastar(am) do meu país, das empresas que eu tanto gostava, dos meus colegas de trabalho. Eu fui para Cingapura, eu não vi minha mãe adoecendo. Minha mãe ficou cega, transplante de coração, eu não pude acompanhar minha mãe. Meu marido não pôde mais trabalhar, ele teve que retornar.”
O marido de Venina, Mauricio Luz, também segundo o seuLinkedin, “had been lived in Singapore from january 2010 to june 2012, working as a consultant and helping to implement the Braskem office in Singapore“.
A Braskem é uma empresa que tem, entre os principais acionistas … a Petrobras, com 47% e a Odebrecht, com 50%.
A saída de Luz, também casualmente, coincide com a queda de Paulo Roberto Costa.
Não se faz aqui, como se viu, nenhuma acusação a Venina, porque seria um absurdo acusar, como ela faz, alguém de irregularidades e cumplicidades sem ter provas cabais disto.
Mas não é possível afastá-la de todo deste caso. Ela estava dentro dos esquemas de Paulo Roberto ou, pelo menos, aceitou-os.
O Brasil está mesmo virando uma fábrica de “santinhos”

Até a Folha ridiculariza tentativa tucana de tapetão

Autor: Miguel do Rosário

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A tentativa patética do PSDB de tentar impedir a diplomação de Dilma Rousseff e o seu pedido, insano, de exigir que o TSE diplomasse Aécio Neves como presidente da república, causaram estupefação até mesmo na mídia pró-tucana.
Seria bom acrescentar que a tradição do tapetão, por parte do PSDB, vem de longe: afinal, o que foi a articulação para aprovar a emenda da reeleição, no primeiro governo FHC, senão um tapetão muito bem estruturado? Aprovar reeleição para si mesmo, sem fazer plebiscito, sem mudar constituinte, é golpe. Comprando votos ou não.
Confira o artigo de Bernardo Mello Franco.
*
Choro de perdedor
Por BERNARDO MELLO FRANCO, na Folha
BRASÍLIA – O PSDB pediu à Justiça Eleitoral que anule os votos de Dilma Rousseff e entregue a faixa de presidente ao candidato derrotado Aécio Neves. A ação tem 54 páginas e um início espantoso. Afirma que a petista teve uma “pífia vitória nas urnas” e que sua legitimidade é “extremamente tênue”, apesar da vantagem de 3,4 milhões de votos. Por dever de ofício, continuei a leitura.
O primeiro argumento tucano é que Dilma abusou do poder político ao convocar cadeias de rádio e TV para se promover. É verdade, mas ela já foi condenada e multada por isso.
Os exemplos citados são de março, no Dia da Mulher, e maio, no Dia do Trabalho. A campanha só começou em julho, e depois Marina Silva e o próprio Aécio chegaram a ultrapassar a petista nas pesquisas. Atribuir sua reeleição a dois pronunciamentos no primeiro semestre é uma ofensa ao eleitor, que já foi punido com a overdose de exposição dos três candidatos na propaganda obrigatória.
Algumas páginas adiante, o PSDB afirma que sindicatos apoiaram a candidata do PT. É uma acusação tão ociosa quanto dizer que bancos cerraram fileiras com o tucano.
Como provas, o texto enumera outdoors espalhados por professores mineiros em endereços como a rua 33, em Ituiutaba, e a avenida Pau Furado, em Uberlândia. Se Aécio pensa ter encontrado aí a razão do fracasso em seu próprio Estado, o PT já pode gelar o champanhe para 2018.
A ação ainda enfileira irrelevâncias como a publicação de notícias simpáticas à presidente em um site oficial e o transporte gratuito de eleitores para um comício em Petrolina.
Por fim, o PSDB cita Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, para sustentar que Dilma foi bancada por empreiteiras corruptas. Muitas também financiaram Aécio, mas isso é o de menos. Se as denúncias forem confirmadas ao fim do processo, a oposição poderá até defender o impeachment da presidente. Tentar impedir sua posse agora, no tapetão, parece apenas choro de perdedor.

Globo quer transformar Lava Jato em golpe contra o PT

Autor: Miguel do Rosário

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Agora não há margem de dúvida.
A Globo resolveu centrar todo o seu poder de fogo contra o PT.
As “delações premiadas” tem sido inteiramente manipuladas com este objetivo.
Observe o quadro acima.
A informação sobre os 3% do PT, informadas por Paulo Roberto Costa, é baseada em “rádio corredor”, segundo seu próprio depoimento. Acusação muito mais direta de Costa menciona senadores tucanos, como Sergio Guerra, de receber R$ 10 milhões, Aécio Neves, de receber para fazer circo na CPI da Petrobrás, e Eduardo Campos, de receber R$ 20 milhões. Os 3% para o PT, no depoimento de Costa, foram ditos na base do “ouvi falar”.
Não interessa, a Globo só fala em PT.
Alberto Youssef é defendido por um advogado que tinha sinecura de luxo no governo tucano do Paraná e tem feito dobradinha descarada com a Globo.
Um dos testas de ferro de Youssef, por exemplo, o senhor Leonardo Meirelles, declarou que o doleiro tinha negócios com o PSDB e que Youssef tinha, como padrinho, um senador do Paraná (praticamente nomeando Álvaro Dias). Há um vídeo de seu depoimento. A mídia imediatamente tentou abafá-lo e neutralizá-lo.
As ligações de Youssef com o tucanato são antigas. Ele operou para quase todos os tucanos graúdos. Participou dos esquemas da privataria tucana e dos caixa 2 do partido em todas as suas eleições presidenciais. Há inúmeras matérias e documentos sobre isso. A mídia esconde tudo.
É um caso até parecido com o de Marcos Valério. Operam para tucanos durante anos, e são presos por operar para o PT. O PSDB usa e joga fora.
Os outros dois delatores “homologados” também têm longa relação com o tucanato. Augusto Mendonça é primo de Marcos Mendonça, tucano de alta plumagem, atual presidente da Fundação Anchieta, que controla a TV Cultura.  Augusto é envolvido até o pescoço no trensalão e tem interesse em detonar o PT.
É o mesmo caso do outro delator da Toyo Setal, porque o envolvimento com o trensalão é da empresa.
Abaixo, outros delatores, ainda não “homologados”:
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Pedro Barusco já confessou que participa de esquemas na Petrobrás há pelo menos 18 anos, ou seja, bem antes da chegada do PT ao poder.
Estão criando toda uma trama para envolver o PT, repetindo a estratégia bem sucedida da Ação Penal 470.
Não estou dizendo que o PT seja santo ou não tenha culpa no cartório. Estou dizendo que eles manipulam a informação, exageram os fatos, tiram outros partidos do foco, e, com isso, não fazem justiça, mas justiçamento partidário.
O procurador-geral começou a sofrer pressão da mídia e já piou. A sua declaração, agressiva, de que a diretoria da Petrobrás deveria ser substituída, equivaleu a um bater de continência para o quarto poder.
A mídia, que o vinha atacando, imediatamente passou a blindá-lo.
E agora ficamos sabendo que os julgamentos da Lava Jato serão feitos não pelo plenário do STF, mas pela Segunda Turma do tribunal. E quem terá cadeira cativa?
Ele mesmo, Gilmar Mendes.
A Segunda Turma será formada por Teori Zavaski, Carmen Lucia, Gilmar Mendes, Celso de Mello, mais o novato a ser nomeado por Dilma.
Cabe a Dilma agir rápido e nomear um ministro vacinado contra pressões, para que faça um julgamento limpo, imune às eternas tentativas de golpe branco patrocinadas por nossa direita midiática e golpista.
Cabe ao PT, sobretudo, fazer um enfrentamento político à altura, porque a mídia já deixou bem claro que partiu para a guerra total.
E a principal vítima nunca é o PT e sim a democracia e o interesse soberano do povo brasileiro.

Graça Foster se defende na Globo

Presidente da Petrobras volta a detonar a “testemunha” da Glória Maria no Show da Vida.


Ele já sabe. O governo, não ! (ilustração do Twitter do Turquim)

A presidente da Petrobras, Graça Foster, concedeu entrevista exclusiva ao jn nessa segunda-feira (22). Assim como fez em nota oficial divulgada pela Petrobras na última semana, Graça Foster esclareceu que Venina Velosa Fonseca não foi explícita em nenhum momento sobre casos de corrupção na empresa.

Graça afirmou que Venina usou “comentários que pareceram cifrados” para alertar a diretoria. “Em nenhum momento ela (Venina) falou em corrupção, fraude, cartel… são palavras muito fáceis de serem entendidas”.

Conversa Afiada reproduz matéria do Globo com a íntegra da entrevista:

GRAÇA FOSTER: ‘VENINA NUNCA FEZ NENHUMA DENÚNCIA DE CONLUIO, CARTEL OU CORRUPÇÃO’


Presidente da Petrobras negou qualquer proximidade com a ex-gerente executiva e afirmou que funcionária pediu para ir para Cingapura, ao contrário do que disse ao “Fantástico”

RIO – Em entrevista nesta segunda-feira na sede da Petrobras, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, disse que nunca foi avisada pela ex-gerente executiva, Venina Velosa da Fonseca, sobre irregularidades que estariam acontecendo dentro da empresa. Segundo Graça Foster, Venina só a informou em 2009, através de um email, sobre problemas na área de comunicação da diretoria de Abastecimento, à época sob o comando de Paulo Roberto Costa. Graça, que naquele ano era diretora de Gás e Energia da estatal, disse ter passado as informações a Costa, fornecendo ao então diretor uma série de documentos entregues a ela pela própria Venina.

O “choro” de Venina no Fantástico




Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A entrevista que a ex-gerente da Petrobrás Venina Veloso da Fonseca concedeu ao programa Fantástico, da Globo, no último domingo, não acrescentou nada ao que disse anteriormente. A entrevista apenas tratou de dar cor e forma aos ataques que a nova “heroína” da mídia vem fazendo aos superiores na empresa e que, agora, estendeu, sem provas, ao ex-presidente Lula.

A entrevista inócua e politizada dessa senhora ocupou ¼ de um programa de cerca de duas horas de duração, mas, de novo mesmo, tal entrevista só “revelou” que o ex-diretor Paulo Roberto Costa teria lhe feito uma declaração que implicaria o ex-presidente Lula em irregularidades na Petrobrás.

Ao dizer que que Costa apontou o retrato de Lula ao insinuar que ele seria “derrubado” caso as “denúncias” da subordinada fossem investigadas, a ex-gerente implicou um ex-presidente da República com base em nada. A Globo, com essa entrevista, fez a mesma coisa que a revista Veja na véspera da eleição presidencial em segundo turno, há menos de dois meses.

Como tudo o que Venina diz não tem sustentação em nada mais do que sua palavra, na mesma linha do que faz poder-se-ia dizer que a investigação interna da Petrobrás a que está sendo submetida está por trás de suas denúncias tardias, que demoraram anos para ser feitas publicamente.

A “explicação” dessa senhora para a autorização que deu à Petrobrás em 2004 e em 2006 para que firmasse contratos de quase oito milhões de reais com a empresa do homem com quem se casaria em seguida, é risível. Dizer que tudo está esclarecido porque só se casou com ele um ano depois de lhe autorizar o segundo contrato, não dissolve suspeita alguma.

A Petrobrás, em resposta às denúncias de Venina, alega que mandou investigar tudo que ela fez chegar à direção da empresa. Porém, a empresa informa também que, paralelamente, a denunciante é alvo de suspeitas e investigações.

Esse fato foi minimizado pelo Fantástico.

A extensa entrevista dessa senhora ao programa global, portanto, parece ter tido o único objetivo de, em determinado ponto, envolver Lula da mesma forma covarde com que ele sempre foi envolvido em acusações de seus adversários políticos, ou seja, sem prova alguma e sem possibilidade de defesa eficiente, porque fica a palavra de um contra o outro.

Lá pelo fim da entrevista, como seria de esperar de quem faz o papel de heroína, coube a Venina apresentar a Pièce de résistance do que soa como farsa: o choro.

A voz embargada e a longa pausa, apesar de sugerirem fortemente que a nova heroína midiática chorava, não se fizeram acompanhar de um elemento que falta ao pranto assim como as provas faltam às acusações: Venina chorou sem derramar uma mísera lágrima, sem seus olhos marejarem.

Dizer que o choro de Venina resumiu-se à modulação da voz é tão válido quanto ela fazer as acusações que fez. Nem este que escreve nem aquela que acusa têm provas de que, respectivamente, o choro foi simulado ou os fatos relatados pela ex-gerente são verídicos.

Diante da denúncia sem provas da tal Venina, portanto, é que decorre presunção igualmente sem provas de que o choro dela foi forjado. A tese é tão boa quanto a do Fantástico ao levar essa mulher ao ar para enlamear a imagem de Lula, quem a mídia partidarizada e os políticos que essa mesma mídia apoia temem que se candidate à sucessão de Dilma em 2018.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O apocalipse midiático foi adiado

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:


Se fosse possível definir o ano de 2014 em relação à mídia tradicional, pode-se afirmar que as organizações de imprensa dominantes, aquelas que conduzem a pauta institucional e parte relevante da agenda pública, se revelaram como uma mente estranha no corpo social. Desde o primeiro dia do ano, com o país ainda assombrado pelas manifestações que haviam tomado as ruas em 2013, passando pelas previsões catastrofistas para a Copa do Mundo, e concluindo com a eleição presidencial, os jornais de circulação nacional e os principais noticiosos do rádio e da televisão desenharam um quadro de fim de mundo que nunca chegou perto de se tornar realidade.

Olhando-se para trás, vê-se que a sociedade seguiu sua rotina de cuidar da própria vida, enquanto o carnaval da imprensa desfilava suas profecias apocalípticas de empobrecimento do brasileiro. Na terça-feira (23/12), porém, informa-se que o endividamento das famílias é menor do que há um ano, e o comércio está fervendo. No entanto, segundo a pesquisa divulgada na sexta-feira (19), pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, os jornais têm credibilidade onde são lidos.

Onde, então, está a incongruência?

A resposta é simples e preocupante: a imprensa, vista como o conjunto de mídias tradicionais empacotadas em marcas conhecidas como Globo, Abril, Estado e Folha, construiu um ecossistema à parte, que funciona numa dimensão paralela à da sociedade. Esse conjunto fala diretamente às instituições, e através delas tenta se impor ao campo social, também chamado de espaço público.

Mas nem sempre isso acontece. Nos últimos anos, a mídia hegemônica tem se comportado como um poder paralelo que se arvora em representante da sociedade. Sua ação, em vez de integrar, rompe as ligações entre a sociedade e as instituições democráticas que a representam.

Talvez 2014 tenha marcado mais claramente o esgarçamento dessa relação entre o todo social e suas representações institucionais; a mídia tradicional pode, então, ser vista isoladamente como um corpo estranho a ambos os campos que, no entanto, só faz sentido se for reconhecido como parte integradora dos dois universos. Em condições ideais, em nome da sociedade a imprensa faz a crítica das instituições, e em nome das instituições a imprensa adverte a sociedade.

Quem ganha, quem perde

Não é mais o caso brasileiro: em 2014, o conjunto de empresas que ainda chamamos de jornalísticas extrapolou em muito seu direito de manipular informações, chegando perto de desestabilizar a própria democracia. Ou alguém acha que, sem a repercussão generosa da mídia, os arautos do golpismo teriam se animado a mostrar suas caras nas ruas?

Além disso, a mídia tratou de maneira tão irresponsável e escandalosa a operação policial que desvenda a corrupção entranhada no poder, que colocou em risco a própria capacidade da Justiça de levar a bom termo sua função. Ou alguém acha que os vazamentos seletivos produzidos pelos agentes da investigação em parceria com a imprensa vão definir o processo?

Na hora do julgamento, quando os fatos forem separados das declarações, quando as provas e os documentos substituírem trechos recortados de gravações, é bem possível que tenhamos uma realidade bem diferente daquela que vem sendo apresentada pelo noticiário. Se, lá no fim da linha, o Supremo Tribunal Federal não tiver como impor aos principais acusados sentenças que a sociedade considerar adequadas, o ônus será da Justiça, não da imprensa.

Não são poucos os brasileiros que consideram a Justiça conivente com a corrupção, por entenderem que os principais condenados na Ação Penal 470 ganharam prematuramente o direito à prisão domiciliar. Na sua interpretação primária do sistema judiciário, o brasileiro médio dá sinais de confundir justiça com vingança, sob a justificativa moral de que a punição de uns compensa a perda coletiva e serve como exemplo para outros.

No caso Petrobras, a intensa expectativa criada pela mídia em torno do escândalo também pode não ser contemplada no cumprimento da pena. E enquanto o cidadão médio se horroriza, o investidor vai sendo informado de que o valor das ações da estatal pode subir até 95% em 2015, assim que forem definidas as responsabilidades pelos desvios que vêm sendo noticiados – período em que, coincidentemente, serão divulgados os novos recordes dos campos do pré-sal.

O ganho, então, será maior quanto mais depreciados forem os papéis no curto prazo.

Aécio censura internet

Ganhar eleição, não ganha, mas censurar é com ele: a nova investida de Aécio sobre o Twitter



Postado em 19 dez 2014
aecio twitter

Aécio volta a atacar numa área em que é especialista: a intimidação. A Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos cadastrais de 20 usuários do Twitter que teriam vinculado seu nome a crimes como o uso de drogas.
Com a decisão, seus advogados poderão processar cada um deles. É o desdobramento de um pedido feito ainda durante a campanha, quando requisitou-se o cadastro de 66 perfis da rede, entre eles o DCM.
A equipe jurídica do candidato acabou chegando, num primeiro momento, a 55. Foi então determinado que o Twitter repassasse os dados para o tribunal, com a ressalva de que nada fosse entregue aos advogados de Aécio até a análise do conteúdo. Trinta e cinco foram isentados pelo magistrado. As duas dezenas de “acusados”estão aqui.
Em setembro, os representes do Twitter disseram na defesa: “Admitir esse tipo de medida corresponde a transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos, dando margem ao surgimento de um Estado policialesco, que desconsidera as garantias fundamentais dos cidadãos de forma injustificável”.
Aécio reclama de uma rede de “caluniadores” e “detratores”. Muitos seriam “robôs”, ou seja, perfis falsos criados para atacá-lo. Não por coincidência, foi um expediente bastante utilizado em sua campanha. Um desses “robôs”, para citar apenas um caso, fez uma denúncia fajuta de direitos autorais obrigando o Youtube a retirar do ar o vídeo do “Helicoca”, do DCM.
Aécio já acionou o Google, o Yahoo! e o Bing para tentar impedir resultados de buscas que o ligassem a delitos como consumo de cocaína. A Justiça negou o pedido. Seus advogados também entraram com uma ação contra o Facebook para extinguir perfis que o satirizavam, como o Aécio Boladasso e o Aécio Boladão.
Ele tem especial apreço ao termo “submundo da Internet”. Em sua visão muito particular das coisas, tudo deveria estar “combinado” com a mídia — expressão que usou numa reportagem de TV que lhe foi desfavorável, história presente no documentário “Liberdade, Essa Palavra”.
É a maneira como sempre atuou em Minas Gerais. Há dias, o editor de Cultura do Estado de Minas, João Cunha, pediu demissão após ter sido proibido de escrever sobre política. Seu último artigo era a respeito da tentativa de “inviabilizar a sequência do processo democrático”.
“A oposição, por sua vez – e o senador Aécio Neves, candidato derrotado como seu nome de maior destaque –, tem uma tarefa a cumprir: dar um passo à frente no jogo político, com a grandeza que o momento requer. O que ainda está devendo”, escreveu. Um abraço. (No dia seguinte à vitória de Dilma, a manchete principal do site do EM era sobre a febre chikungunya. O Granma perde).
Se ele, perdedor, está empenhado nesse interminável tour de force jurídico para tentar calar aqueles que lhe desagradam, é de se imaginar o que não estaria fazendo se tivesse vencido a corrida pela presidência. E isso é apenas o começo para o nosso Kim Jong-un das Alterosas.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.