O condicionamento clássico (ou condicionamento pavloviano ou condicionamento respondente) é um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos. (wikipedia)
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
domingo, 28 de setembro de 2014
O falso apartidarismo da grande imprensa brasileira
Jornal GGN - A falta de diversidade de ideologias nos grandes meios de comunicação do país resulta em distorções na percepção da sociedade. Grandes jornais direcionam a opinião da audiência, fazendo-a acreditar em suas publicações.
O blogueiro e jornalista Rafa Wacked faz uma brilhante analogia de como tudo isso funciona. Em uma sociedade "as pessoas observam o mundo através de janelas com tamanho e direção limitada – o tamanho faz referência ao poder de influência do meio de comunicação e a direção é a ideologia do mesmo".
Na última sexta-feira (26), a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu no Palácio da Alvorada alguns profissionais da chamada blogosfera progressista (GGN escreveu sobre isso aqui). Na saída do encontro, os blogueiros foram provocados pela equipe de reportagem da Rede Globo (aqui) e, nas reportagens da Folha e do Jornal Nacional, foram chamados de "blogueiros petistas" ou "simpatizantes do PT. O Blog Exame da Mídia explica por que a grande mídia age dessa forma. E mais: por que ela não é transparente e denota o seu partidarismo ao seu leitor/telespectador?
Exame da Mídia
Rafa Wacked
Depois da entrevista de Dilma Rousseff a blogueiros progressistas na tarde de ontem (26/09), os jornais da Grande Imprensa mais uma vez destacaram (aqui, aqui e aqui) a relação política entre blogosfera e PT.
Não há nada de errado em falar sobre o partidarismo dos chamados “blogs sujos” – eles mesmos fazem questão de deixar sua postura política clara.
O problema surge quando os jornais que denunciam o partidarismo alheio se declaram apartidários, como se não tivessem preferência pelo projeto neoliberal – hoje representado pelo PSDB e por Marina Silva.
Isso ocorre porque, na mente dos jornalistas da Grande Imprensa, essa declaração significa perda de credibilidade e, consequentemente, de audiência; dois elementos fundamentais para a sobrevivência do jornalismo.
O esclarecimento do leitor, portanto, não é o principal objetivo do jornalismo da Grande Imprensa. Caso fosse, os jornais fariam um ato de transparência declarando seu próprio partidarismo.
Mas não. Preferem sacrificar um maior entendimento político da audiência para assegurar sua própria credibilidade.
E essa postura traz consequências negativas para a sociedade.
Nos comentários das notícias dos grandes jornais do país é possível encontrar muitas pessoas dizendo, por exemplo, que “a Folha de S. Paulo é petista”.
Percebem a que nível chegou a consequência da informação “imparcial” veiculada na Grande Imprensa?
Essa distorção na percepção da sociedade é consequência da falta de diversidade de ideologias nos grandes meios de comunicação do país.
A teoria do enquadramento explica esse fenômeno dizendo que os jornais mostram a realidade para sua audiência segundo um determinado ponto de vista.
Explica a formação da opinião pública colocando metaforicamente toda sociedade dentro de uma casa fechada. Lá dentro, as pessoas observam o mundo através de janelas com tamanho e direção limitada – o tamanho faz referência ao poder de influência do meio de comunicação e a direção é a ideologia do mesmo.
Se uma sociedade possuiu grande variedade de janelas, com diferentes tamanhos, direções e características, poderá ver mais partes do lado de fora.
Uma sociedade que vive um regime ditatorial teria uma única janela grande, por exemplo: o Governo totalitário só permite uma única visão do mundo, que é a sua.
No Brasil, as grandes janelas do país estão voltadas para uma única direção – são a visão conservadora da sociedade. As de outras ideologias, que mostram outras partes da realidade, são menores e tem menos expressão dentro da “casa”.
Tendo em vista o tamanho dos grandes meios de comunicação do país, a maioria das pessoas vai olhar a realidade através de janelas grandes. E essas pessoas verão a mesma parte do mundo. Se ignorarem ou não descobrirem as janelas menores que mostram outras partes da realidade, acreditarão somente no que as grandes janelas mostram. E isso deturpa seu entendimento dos fatos “lá de fora”.
Dessa forma terão uma opinião condicionada ao que veem nos grandes meios de comunicação.
Ou seja, quando existe oligopólio econômico e ideológico na imprensa, os grandes jornais condicionam a opinião da audiência, fazendo-a acreditar que o que veem nos grandes jornais é a realidade pura.
Dessa forma, os cidadãos só veem o que a imprensa vê – ou quer que eles vejam. Tudo que fica fora do campo de visão de um jornal também é deixado de lado pela audiência.
Não é muito poder para um único grupo fechado e selecionado de empresas?
A situação pira quando essa influência é usada para atingir objetivos particulares dos grupos de comunicação.
Um exemplo. Eles derrubaram a PEC 37 fazendo a audiência acreditar que ela favorece a impunidade em casos de corrupção. Independente de ser ou não uma medida positiva para o país, a Rede Globo conseguiu acabar com a proposta com um ou dois editoriais de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo.
Com métodos similares, também “criminalizam” o debate sobre a regularização da imprensa para que os cidadãos nem cogitem a ideia de limitar economicamente seus poderosos impérios midiáticos.
Ou seja, a Grande Imprensa usa sua influencia sobre os cidadãos para, justamente através deles, conseguir objetivos que, na verdade, não favorecem a sociedade.
É como se um patrão usasse o sindicato da categoria para conseguir diminuir os Direitos trabalhistas dos funcionários.
Por esse motivo, a concentração de poder na imprensa é completamente abominada na Europa, território onde existem Democracias mais estáveis que a brasileira.
Para estabilizar a situação do Brasil é preciso seguir o exemplo dessas Democracias e realizar uma reforma profunda que limite a quantidade de meios de comunicação dos conglomerados.
Enquanto esses grupos tiverem tanto poder de influência dentro da sociedade, o debate democrático do Brasil ficará limitado ao que eles defendem. E esses interesses no geral não correspondem com os da maioria pobre que formam a sociedade brasileira. Então é preciso mudar esse panorama.
Como a Globo manipula para manter seu poder econômico e politico
De volta um debate importantíssimo para nosso pais: O poderio dos meios de comunicação, da Globo em especial, nos destinos desse paísDias atrás vi no Forum como a coisa funciona: Para protocolar uma denúncia, por menor que seja, contra o prefeito do PT, dirige-se ao Forum a bancada oposicionista na Câmara. Até ai tudo bem se os meios de comunicação não destacassem para fazer a cobertura um batalhão de jornalistas e repórteres da imprensa escrita, televisionada e rádio como a CBN. Cria-se aquele espetáculo. Quem vê a cena como vi, fica pensando como o telespectador vê lá da sua cômoda poltrona: Nossa, o Marconi Perillo, Cahoeira e cia são santos, não vejo nada contra eles. Já contra esse PT….
Teatro! Simples assim.
Além do Cidadão Kane é um documentário produzido pela BBC de Londres - proibido no Brasil desde a estréia, em 1993, por decisão judicial - que trata das relações sombrias entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, com o cenário político brasileiro.
"Cid Moreira, a voz do dono, a voz do Grande Irmão, a voz que surgiu do AI-5, voltou-se contra si mesma. Foi um daqueles momentos que servem como símbolos, como instantâneos da história. Cid Moreira falou, e falou e falou, contra Roberto Marinho. Foram três longos minutos, contra a Globo, no Jornal Nacional. O redator era Leonel Brizola, que ganhou direito de responder ao ataque que havia recebido do mesmo Jornal Nacional, que o chamou de senil."
A propósito:
Ayres Britto completa a desconstrução do direito de resposta
Como Ministro do STF, Ayres Britto acabou com a Lei da Imprensa e não cuidou de preservar o direito de resposta. Deixou ao desamparo centenas de vítimas dos crimes da imprensa.
Logo que assumiu a presidência do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) anunciou a criação de um grupo visando coibir abusos de juizes de primeira instância contra a imprensa. Em seguida, uma série imensa de entrevistas onde tratava a liberdade de imprensa como valor absoluto - não o direito à informação e a liberdade de expressão, mas objetivamente a liberdade de imprensa.
Aqui mesmo enderecei-lhe Carta Aberta questionando sua falta de sensibilidade para com as vítimas de assassinatos de reputação da mídia. Mostrei-lhe que o problema maior era o contrário, a dificuldade das vítimas em recorrer ao Judiciário, mercê de uma visão distorcida sobre a natureza das empresas jornalísticas e sobre sua relação com o direito à informação.
A imprensa é um instrumento do direito à informação - este, sim, um direito absoluto. Por ser responsável pelo cumprimento de um dos direitos fundamentais da sociedade democrática, sua responsabilidade deve ser redobrada.
Há momentos em que a imprensa cumpre com essa responsabilidade. Em outros momentos extrapola, muitas vezes colocando interesses comerciais à frente da responsabilidade perante a informação. O papel do Judiciário é justamente o de permitir às vítimas defenderem-se, zelar por sua reputação e por sua privacidade, estabelecer um mínimo de equilíbrio entre o imenso poder de um órgão de mídia e a vulnerabilidade do cidadão atingido por seus ataques.
Paulo Moreira Leite: A crítica covarde aos blogueiros
Em vez de criticar grande mídia que faz cobertura dirigida contra Dilma, medalhões do jornalismo falam mal de quem ajuda o país a respirar um pouco de liberdade
Eu acho que a crítica ao trabalho de blogueiros que têm um posicionamento político favorável a Dilma e Lula seria menos covarde se levasse o Manchetômetro em conta.
Explico.
Se você examinar a ultima edição do Manchetômetro, que contabiliza o trabalho dos grandes jornais do país e também do tele-jornal de maior audiência — empresas que remuneram os principais críticos dos blogueiros — verá o seguinte resultado:
1) no Jornal Nacional, as notícias negativas contra Dilma atingiram 15 sobre um máximo de 20 possíveis. Dilma e Aécio não tiveram notícias negativas.
2) na primeira página da Folha de S. Paulo, Dilma teve 8 negativas para 10 definidas como neutras. Marina não tem uma única notícia negativa. Aécio recebeu 1 negativa para 3 neutras.
3) no Globo, Aécio recebeu duas neutras e duas negativas. Marina, 7 neutras e 1 negativa. Dilma recebeu 30 negativas e 9 neutras.
4) no Estado de S. Paulo, Aécio recebeu oito notícias neutras e quatro negativas. Marina, 3 neutras e 9 negativas. Já Dilma ficou com 34 negativas para 16 neutras.
Estamos falando justamente de um período da campanha no qual Dilma consolidou a liderança nas pesquisas, cravando uma diferença de 13 pontos sobre a segundo colocada. Chegará com folga no segundo turno e, se ocorrer um terremoto na reta final, pode levar até no 1 turno. Enquanto isso, Aécio e Marina brigam pelo osso.
Uma semana de notícias negativas para quem? Positivas para quem?
Eu acho estranho que, sempre a postos para criticar uma duzia e meia de blogueiros, nossos críticos façam um silêncio encandaloso diante desses números.
Não conseguem achar nada de errado aí, nada a comentar?
Esse é o significado da palavra “isento” em seus manuais de redação?
Será que é assim que eles acham que estão fazendo sua parte para construir um Brasil melhor, como dizia dona Celina, minha inesquecível professora de História no Guaracy Silveira, fazendo fé naquilo que lia nos editoriais escritos pelos pais e avós dos jornalistas de hoje?
A crítica aos blogueiros é prova de uma imensa covardia.
Parte de profissionais que adoram criticar o que chamam de jornalismo chapa branca mas atuam como pelegos de patrão.
Dão o braço a quem é forte — e paga seus vencimentos — para tentar atingir quem é fraco.
Perdidos numa vaidade imensa, estão sempre dizendo que a opinião adversária não é legítima e foi comprada. Com isso, sugerem que os pagamentos que eles próprios recebem por seu trabalho se justificam pelo “talento imenso “, pela “profundidade de suas análises”, “pela qualidade de sua informação”, pela sua “independência” e outras meias-verdades (e meias-mentiras) do jornalismo real.
Do ponto de vista da circulação de informações e debate de ideias numa sociedade, o Manchetômetro mostra só a ponta do iceberg.
Estamos falando de uma sociedade na qual o controle da informação é amplo e profundo.
No conteúdo, o noticiário é abertamente dirigido em função do interesse político. (Você não vai dizer que 30 a 9 ou 15/20 contra Dilma são “expressão possível da verdade, ” a definição clássica para o jornalismo, certo?)
Mas é este jornalismo pervertido que é reenviado para os sites de jornais, revistas, canais de TV, que também possuem grandes audiências, num processo de alavancagem mútua. Transfere-se depois para a TV e o rádio, onde repórteres e colunistas do papel vestem a roupa de comentaristas e apresentadores e atuam com as mesmas ideias, valores e opiniões.
O debate, então, é outro.
A concentração política dos meios de comunicação atingiu um padrão grotesco, irrespirável. Vinte e nove anos depois da ditadura militar, temos um aparato de comunicação social que é privado, pelo regime de propriedade, e autoritário, como instituição política.
É coerente com sua visão de mundo, extraída da mesma árvore política: liberal no plano dos direitos individuais, reacionária na visão de Estado e de proteção social aos fracos e excluídos.
São erros cometidos e repetidos com a certeza da impunidade, o veneno da arrogância.
Tenho críticas a determinados blogueiros e só posso fazer elogios a outros. Mas, como regra, eles causam incômodo pelo lado certo. Arranham o que precisa ser arranhado.
Falam por uma parte do país que não tem voz. E vamos combinar que, mais uma vez, as pesquisas eleitorais mostram que é uma parte grande, certo?
Do ponto de vista da liberdade e da democracia, que é a substância do jornalismo, o pior blogueiro faz um trabalho muito mais relevante para o Brasil e os brasileiros do que o medalhão que regulado pelas mensagens telepáticas enviadas pelo comando da empresa onde trabalha.
Eu sei disso, você sabe disso. Eles sabem disso.
É por isso que os blogueiros merecem respeito, e não críticas medrosas, típicas de cães sabujos, que têm receio de perder o filé mignon do pensamento único.
Por que a Veja odeia o PT
Para essa gente imprensa brasileira é só Veja, Globo, Folha e Estadão.
Como pode um pais com dimensões continentais aceitar esse tipo de monopólio da informação e da fala. O ódio de classe contra o PT já era latente, mas a bomba explodiu quando Zé Dirceu quebrou o cercadinho do mercado publicitário, até então restrito a poucas familias midiáticas em forma de feudo.
http://jornalggn.com.br/noticia/os-motivos-por-tras-da-guerra-de-veja-contra-o-pt
Como pode um pais com dimensões continentais aceitar esse tipo de monopólio da informação e da fala. O ódio de classe contra o PT já era latente, mas a bomba explodiu quando Zé Dirceu quebrou o cercadinho do mercado publicitário, até então restrito a poucas familias midiáticas em forma de feudo.
http://jornalggn.com.br/noticia/os-motivos-por-tras-da-guerra-de-veja-contra-o-pt
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
O falso moralismo de Patricia "dedo em riste" "Poeta"
POIS, SABE AQUELA "POETISA" QUE APONTOU O DEDO EM RISTE PARA A PRESIDENTA DILMA DURANTE A ENTREVISTA RESERVADA AO CANDIDATOS NO JN....POIS É....
SAÍDA DE POETA DO JN TERIA RELAÇÃO COM CACHOEIRA
Fato teria associação direta com a notícia de que a jornalista, que fica na bancada do Jornal Nacional até 3 de novembro, e seu marido, o diretor de programação da TV Globo, Amauri Soares, compraram um apartamento no valor de R$ 23 milhões no Rio de Janeiro do empresário Georges Sadala, membro da chamada "gangue do guardanapo" e citado nas investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira
Fato teria associação direta com a notícia de que a jornalista, que fica na bancada do Jornal Nacional até 3 de novembro, e seu marido, o diretor de programação da TV Globo, Amauri Soares, compraram um apartamento no valor de R$ 23 milhões no Rio de Janeiro do empresário Georges Sadala, membro da chamada "gangue do guardanapo" e citado nas investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Mello: Globo responde às críticas com poder econômico
por Marcio Aurélio Mello
O “modus operandi” é o mesmo. “A vítima” ingressa com uma ação, ganha em primeira instância, um site publica a sentença e pronto, o serviço está feito. Que serviço? O assassinato de reputações. Dar publicidade à uma ação que ainda não transitou em julgado tem um impacto negativo sobre a imagem do “condenado”, impacto muitas vezes irreparável.
É a segunda vez sou condenado em primeira instância numa ação movida pelo número um do jornalismo da TV Globo. Primeiro foi em 15 mil, agora o dobro, 30 mil. Isso sem contar os honorários que são acrescidos ao valor das causas, as custas dos processos e os salários dos advogados.
No primeiro Encontro Nacional de Blogueiros, em 2010, Paulo Henrique Amorim cunhou a seguinte frase: “diga quem te processas, que eu te direi quem és.” Ele se referia a muitos, não só a ele próprio, PHA, mas ao Azenha, ao Rodrigo Vianna, ao Nassif, ao sr. Cloaca. Mais tarde veio juntar-se ao grupo o Miguel do Rosário, aquele mesmo que revelou o escândalo do DARF que a TV Globo nunca mostrou.
Não é preciso ler Kafka para saber que um processo é sempre uma angústia, uma aflição permanente, não só para si, mas para todas as pessoas próximas, que compartilham solidariamente a mesma inquietação.
Quem me conhece sabe que sou um pacifista, adepto do diálogo e absolutamente contrário a qualquer forma de violência e arbítrio. Transformei a luta pelos mais fracos em razão de viver e sou intransigente na defesa de todos os que não tem voz e que são massacrados por interesses mesquinhos e excludentes tão comuns num país desigual e provinciano, como o nosso.
Fui demitido sumariamente depois de 12 anos de bons serviços prestados e não entrei sequer com uma reclamação trabalhista. Razões não faltavam para isso: assédio, intimidação, humilhação…
No dia em que fui comunicado do meu desligamento, minha mulher, grávida de sete meses, ficou sem a maternidade e o obstetra. Tive que pleitear um plano de saúde tampão, porque um novo exigiria carência. Mesmo assim, para ter as mesmas condições anteriores, tivemos que fazer up grade, no popular, “pagar por fora”.
Nada disso nos tirou do eixo. Contornada a situação, segui minha carreira normalmente e obtive — ao lado de tantos parceiros — importantes prêmios jornalísticos, entre eles, o Prêmio Petrobras de Comunicação, em 2013.
Em meu blog pessoal, mantido voluntariamente até março deste ano, aperfeiçoei uma técnica de ficção ácida e bem humorada, e também fiz severas críticas à maneira desastrosa e desonesta como se pratica telejornalismo no Brasil. A internet permitiu que eu ganhasse relevância e passasse a influenciar leitores, entre eles ex-colegas de trabalho. Tanto como editor do Jornal da Globo, por três anos, quanto do Jornal Nacional, por quatro, fui testemunha ocular de fatos históricos relevantes, por isso, minhas análises passaram a ter importância no meio.
Escrevi sobre como se dá a criminalização dos movimentos sociais, sobre como o racismo é disfarçado no noticiário e sobre como é feita a obstrução ao debate de temas sensíveis, entre eles: a influência da indústria farmacêutica e da indústria do álcool, esta última um dos maiores patrocinadores dos meios de comunicação, para ficar apenas em dois exemplos. Também apontei para um sem-número de desvios na cobertura econômica e política.
Nos textos de ficção tinha uma predileção por histórias que misturavam poder, o mundo da TV e muita, muita sacanagem. Assim, em séries, desnudei figuras que, apesar de terem glamour, são seres humanos como nós, sujeitos às desilusões seja na vida profissional, pessoal, amorosa… A brincadeira dos internautas passou a ser identificar quem teria inspirado cada texto.
Mas como a arte imita a vida (ou seria o contrário?) hoje tenho que lidar com uma situação no mínimo curiosa: fui condenado duas vezes por um texto de ficção, repito, ficção, envolvendo uma prosaica disputa judicial de vizinhos, causada pelo odor exalado pela fumaça de maconha, usada por jovens num apartamento chique da zona Sul do Rio de Janeiro.
Para a maioria das pessoas — muitas delas por desinformação — a culpa é atribuída antes mesmo do pronunciamento final das instâncias superiores. Assim, o justiçamento virou expediente preferencial de quem quer causar dano antecipado, antes do feito legal consumado. Vale sempre lembrar que só se firma a culpa depois de trânsito em julgado. Mas o que importa, não é mesmo?
E por que é assim? É assim porque no Brasil não há controle externo dos abusos cometidos pelos meios de comunicação. É assim porque não há quem investigue e puna, quando for o caso, abusos cometidos em coberturas jornalísticas. É assim porque não há um órgão com legitimidade para regular questões que envolvam relações entre jornalistas e produção de conteúdo jornalístico. E é assim porque questões de interesse privado ganham ampla publicidade depois de congestionarem as comarcas, também chamadas de primeiras instâncias.
E o debate, que poderia ser franco, republicano, dá lugar ao pugilato, ao uso e abuso da força coercitiva do poder econômico. É por tudo isso que digo: sinto-me perseguido. E sei bem o porquê. Participo de uma disputa que é muito maior do que um mero embate entre dois contenedores sobre técnica jornalística. Estamos falando aqui de uma pequena batalha dentro de uma guerra muito maior, a Democratização dos Meios de Comunicação.
E, se estamos realmente construindo uma democracia com ampla participação popular, com mais igualdade e justiça social tenho que acreditar que as instâncias superiores serão capazes de – amanhá – reparar decisões tomadas ao arrepio da lei.
Quando recebi a notificação de que estava sendo processado mais uma vez pelas mesmas razões tomei a iniciativa de suspender o blog. Sou profissional liberal, assalariado, com patrimônio modesto, mas com convicções inabaláveis. A principal delas: a de que estou do lado certo. Infelizmente neste momento estou legalmente sob censura.
Para quem quiser me ajudar nesta luta:
Marco A. C. de Mello
Bradeco
agência: 1363
c.c.: 120558-7
CPF: 075.298.408-00
Leia também:
Garotinho surpreende entrevistadora da Globo: “Vamos para o IPVA?”
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/marco-aurelio-mello-justicamento-e-o-poder-economico-da-globo.html
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Quem “matou” Patrícia Poeta?
Por Altamiro Borges
Segue a polêmica sobre a estranha saída de Patrícia Poeta da bancada do Jornal Nacional. Apesar do comunicado oficial da TV Globo, que jurou que a troca já estava acertada há três anos [sic], ninguém parece acreditar e já surgem várias teorias sobre o episódio. Na semana passada, o colunista Daniel Castro, do site “Notícias da TV”, relatou que “William Bonner é apontado como pivô da queda”. Já na última sexta-feira (19), o site F5, a página de entretenimento da Folha, soltou uma bomba: “Saída do ‘Jornal Nacional’ teria relação com Carlinhos Cachoeira” – aquele famoso bicheiro de Goiás. Há ainda outras teses na praça. A estória até daria uma novela: Quem “matou” Patrícia Poeta?
Segundo Daniel Castro, a versão oficial “não foi digerida nos bastidores da própria emissora. Para jornalistas da Globo, Patrícia não saiu do JN; ela caiu. E todos os dedos apontam para William Bonner como o principal articulador da queda de Poeta, que, especula-se na emissora, deverá comandar um programa vespertino de variedades em 2015. Nos bastidores da Globo, é notório que Bonner nunca digeriu o fato de ter que aceitar Poeta como colega de bancada, em 2011, no lugar de Fátima Bernardes. Poeta, segundo essa versão dos fatos, não foi uma escolha de Bonner. Na Globo, há quem enxergue um processo de fritura de Patrícia Poeta, que fez Bonner mero coadjuvante durante a Copa do Mundo”.
O sinistro apartamento de R$ 23 milhões
“A justificativa oficial da TV Globo de que a saída de Patrícia Poeta estava planejada havia três anos não combina com a tradição da emissora de manter jornalistas durante muito tempo ocupando os mesmos cargos. William Bonner, por exemplo, está há 18 anos à frente do JN. Fátima Bernardes ficou 13 anos no telejornal. O maior indício de que Patrícia foi ‘expulsa’ do JN em plena campanha eleitoral vem da substituta de Renata Vasconcelos, que deixará o Fantástico para assumir o principal telejornal do país. Poliana Abritta, a nova apresentadora do programa, acaba de ser designada correspondente da Globo em Nova York. Ela nem chegou a estrear no posto”.
Em seu artigo, Daniel Castro já havia citado o estranho caso da aquisição de um imóvel por Patrícia Poeta. “Coincidentemente, sua saída do JN foi anunciada nove dias depois de vazar a notícia de que ela está comprando um apartamento de R$ 23 milhões em Ipanema, bairro nobre do Rio. O problema não é o valor do imóvel. Mas o vendedor: George Sadala, nome que o noticiário político relaciona à CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira e a oposição ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, coloca na ‘Gangue dos Guardanapos’”. Mas o colunista preferiu não avançar neste terreno pantanoso. A missão foi cumprida, na sequência, pelo site de entretenimento F5, da Folha:
A sangrenta guerra de bastidores no império
“Segue ecoando na Globo o anúncio repentino da saída de Patrícia Poeta do ‘JN’. Para alguns jornalistas da emissora, o fato tem associação direta com a notícia de que ela e seu marido, o diretor de programação da rede, Amauri Soares, estariam comprando um apartamento no Rio, no valor de R$ 23 milhões, que seria do empresário Georges Sadala, citado nas investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo fontes da TV Globo, a notícia da compra do imóvel vazou para a imprensa e desagradou à alta cúpula da emissora. Teria até sido assunto de uma reunião. Procurado, Amauri Soares não comentou o assunto. Poeta deixa o ‘JN’ com a audiência em queda”.
Outro especialista em mídia, o jornalista Ricardo Feltrin, coloca mais um ingrediente na misteriosa história. “Independentemente das diferentes teses, apostas, teorias sobre os motivos que levaram à anunciada saída de Patrícia Poeta do ‘Jornal Nacional’ após apenas três anos no cargo, a mudança revela mais uma vez que há uma guerra permanente de poder no Jornalismo da emissora, que já dura vários anos. Os protagonistas da batalha são o todo-poderoso do departamento, Ali Kamel, e o diretor de Programação da casa, Amauri Soares – marido de Poeta e responsável por trazê-la do Sul para São Paulo no passado”. Para o colunista, Ali Kamel – e não William Bonner – foi o culpado pela morte prematura:
A rixa entre Kamel e Soares
“É óbvio que a Globo sempre desmentiu e desmentirá qualquer desentendimento dentro de sua cúpula, mas quem acompanha os bastidores da emissora sabe que há uma constante rixa entre Kamel e Soares. Não deixa de ser normal uma luta por poder em qualquer empresa, mas na TV Globo a coisa toma dimensões sempre épicas. Diferentemente do que se propagou, William Bonner teve pouca influência na decisão. Ali Kamel é que foi determinante para a saída de Patrícia Poeta. Indiretamente foram dados os mais diversos argumentos para a decisão, como pesquisas de opinião, queda de audiência (cerca de 25%) desde que ela assumiu o lugar de Fátima Bernardes, eventuais gafes e outros que tais”.
Ainda segundo o jornalista, esta guerra de bastidores no império global é sangrenta. “Amauri desperta ciúme há anos dentro da Globo. Primeiro, por causa de sua ascensão considerada "meteórica demais". É sempre apontado como um arrivista convicto. Depois, porque ele pediu o boné da Globo em certa ocasião, mudou para o SBT e criou o ‘Aqui Agora’ –único produto jornalístico concorrente que de fato assustou a Globo até hoje. Seis meses depois, ela correu atrás para trazer Soares de volta... Com a decisão pessoal de Fátima Bernardes deixar o ‘JN’, Amauri teve um novo embate com seu ‘rival’ e, sabe-se lá o porquê, acabou vencendo. Kamel já estudava Vasconcellos na bancada, mas acabou prevalecendo Poeta”.
Os podres da TV Globo
“Para azar dela ou pura coincidência, como queiram, sua entrada coincidiu com um novo período de queda de Ibope no telejornal. Portanto, Ali Kamel nem precisou fazer nenhum ‘jogo’ contra a âncora. O clima nos corredores é bem tenso. Ou mais tenso que o normal”. O jornalista ainda desmente a informação da emissora sobre o futuro da ex-apresentadora. “Não existe absolutamente nenhum projeto de novo programa para Patrícia Poeta, nem em entretenimento, nem em dramaturgia (ela já pensou em ser atriz, muito tempo atrás) tampouco em jornalismo. Portanto, ela vai para a geladeira por pelo menos um ano ou mais”. Como se observa, a guerra é violenta. Daria outra novela: “Os podres da TV Globo”.
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Leia também:
O desafio da banda larga para todos
Por Vanessa Martina Silva, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
“Hoje, a questão da conexão para todos os brasileiros é o grande desafio para o país. É o que tem que ser feito”. A declaração da diretora geral da ONG Coletivo Digital, Béa Tibiriçá, reflete os dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), que mostram que pela primeira vez o percentual de pessoas com acesso à internet no Brasil ultrapassou o patamar de 51%, atingindo 85,9 milhões de pessoas. Isso significa, no entanto, que quase metade do país está desconectada.
A maneira como a universalização se daria passa pela discussão de conceitos técnicos como qual o melhor regime de prestação de serviço (que pode ser público, privado ou como defendem os ativistas pela democratização da comunicação, dual – com a participação de ambos) e qual a melhor tecnologia a ser empregada.
Na visão de Béa Tibiriçá, para além do debate técnico, é importante que essa discussão seja traduzida para o público que sofre com a conexão, com a falta de inclusão.
O acesso à internet é considerado essencial para a divulgação de informação, cultura e entretenimento e, por isso, deve ser considerado, tal como o fornecimento de energia elétrica, um direito fundamental do cidadão, como defende a campanha Banda Larga é um Direito Seu.
“Hoje, a questão da conexão para todos os brasileiros é o grande desafio para o país. É o que tem que ser feito”. A declaração da diretora geral da ONG Coletivo Digital, Béa Tibiriçá, reflete os dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), que mostram que pela primeira vez o percentual de pessoas com acesso à internet no Brasil ultrapassou o patamar de 51%, atingindo 85,9 milhões de pessoas. Isso significa, no entanto, que quase metade do país está desconectada.
A maneira como a universalização se daria passa pela discussão de conceitos técnicos como qual o melhor regime de prestação de serviço (que pode ser público, privado ou como defendem os ativistas pela democratização da comunicação, dual – com a participação de ambos) e qual a melhor tecnologia a ser empregada.
Na visão de Béa Tibiriçá, para além do debate técnico, é importante que essa discussão seja traduzida para o público que sofre com a conexão, com a falta de inclusão.
O acesso à internet é considerado essencial para a divulgação de informação, cultura e entretenimento e, por isso, deve ser considerado, tal como o fornecimento de energia elétrica, um direito fundamental do cidadão, como defende a campanha Banda Larga é um Direito Seu.
Garotinho vai pra cima da Globo!
Miguel do Rosário, em O Cafezinho
Em seu blog, Garotinho vai pra cima da Globo e descobre novidades sobre a sonegação da Vênus Platinada.
Segundo o deputado, a empresa Empire, usada para comprar direitos de transmissão em 2002, também foi usada em 2006, e está envolvida numa investigação de corrupção na Fifa, conduzida pelo governo suíço.
Há provas, diz Garotinho, que a maracutaia da Globo foi fechada ao final de 1998.
Eu retificaria uma informação dada por Garotinho. A íntegra do processo, que Garotinho assegura estar em local seguro, num HD, já vazou, na íntegra, para a internet, e está agora a espera de jornalistas dispostos a destrinchar o material.
O Diario do Centro do Mundo, editado pelo camarada Paulo Nogueira, iniciou um crowfunding para fazer uma reportagem sobre o tema, o que eu apoio. Trata-se de uma tema grande demais para um cafezinho só.
A grande mídia faz um silêncio sinistro sobre o tema, desmascarando a existência de uma verdadeira máfia das comunicações, cujos donos protegem uns aos outros.
Outra coisa que seria bom lembrar ao deputado é que o crime de sonegação, infelizmente, se extingue quando a empresa adere ao Refis (programa de recuperação fiscal da Receita Federal). Essa é uma lei criada por FHC no ano 2000 para beneficiar sonegadores.
Mas os crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e demais delitos contra o sistema financeiro, não são beneficiados pelo Refis.
Do lado ético, o crime de sonegação não se extingue jamais, sobretudo quando é feito de maneira tão diabólica como fez a Globo.
A criação de 11 empresas em paraísos fiscais, e a transferência de valores para o exterior, com argumentos falsos, se parece muito com o esquema do doleiro Alberto Youssef, que a Globo trata como um demônio de outro mundo, tentando ao mesmo tempo ligá-lo exclusivamente à Petrobrás.
Essa história de sonegação ainda vai dar muito pano para manga. Mas será um processo didático para o país, e sua publicidade ajudará a combater a sonegação fiscal e a evasão de divisas, dois crimes que desviam centenas de bilhões de reais, por ano, dos gastos de saúde e educação.
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Leia abaixo o post do deputado e ex-governador, publicado há pouco em seu blog:
A TV Globo vem tentando desde a minha entrevista no RJ TV convencer a opinião pública, que ela não praticou uma dezena de crimes como mostrarei agora, somente na compra dos direitos de transmissão da Copa, que aliás, no final desta postagem vou reproduzir só o momento em que confrontei a Globo para quem ainda não viu. Para se ter uma idéia até mesmo o processo contra a Globo sumiu de dentro da Receita Federal, mas através de uma investigação interna foi descoberto que a agente administrativa Cristina Maris Meinick Ribeiro foi a responsável por desaparecer com as provas contra a Globo. Ela foi condenada em junho de 2013 pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro a 4 anos e 11 meses de reclusão por ter sumido com o processo que resultou numa multa de R$ 615 milhões contra a GloboPar. O juiz Fabrício Antônio Soares, que a condenou, determinou a perda da sua função pública e cassou a sua aposentadoria. Como podem ver na reprodução abaixo, a servidora depois de sumir com o processo foi morar num apartamento de R$ 4 milhões.
A picaretagem da Globo envolveu pelo menos 11 empresas constituídas em paraísos fiscais e no Brasil, todas pertencem secretamente ou não ao sistema Globo:
1 – Empire (Virgens Britânicas)
2 – GEE Eventos (Brasil)
3 – Globinter (Antilhas Holandesas)
4 – GloboPar (Brasil)
5 – Globo Overseas Investimento B / V (Holanda)
6 – Globo Radio (Ilhas Cayman)
7 – ISMM Investiment AG
8 – GloboSat (Brasil)
9 – Porto Esperança
10 – Power Company (Uruguai)
11 – TV Globo
2 – GEE Eventos (Brasil)
3 – Globinter (Antilhas Holandesas)
4 – GloboPar (Brasil)
5 – Globo Overseas Investimento B / V (Holanda)
6 – Globo Radio (Ilhas Cayman)
7 – ISMM Investiment AG
8 – GloboSat (Brasil)
9 – Porto Esperança
10 – Power Company (Uruguai)
11 – TV Globo
Segue link para texto na íntegra, contendo o trecho da entrevista em que Garotinho solta os cachorros na Globo
http://www.ocafezinho.com/2014/09/21/garotinho-revela-novidades-sobre-sonegacao-da-globo
Garotinho vs Globo: Brizola manda lembranças
DAVIS SENA FILHO
A atuação de Garotinho nos estúdios da Globo demonstra que a megaempresa, que luta incessantemente para pautar a vida brasileira, pode ser, sim, combatida, inclusive dentro de seus domínios
As respostas ao tempo que as perguntas saíram da boca do ex-governador do Rio de Janeiro e atual deputado federal pelo PR, Anthony Garotinho, como dois diretos de um boxeador no queixo da jornalista Mariana Gross, do RJ TV, da Rede Globo de Televisão.
Acostumados a acuar até presidentes da República, ainda mais se tais mandatários são considerados inimigos e contrários aos seus interesses políticos e comerciais, a família Marinho é useira e vezeira em triturar reputações de políticos, além de intervir, indevidamente e arrogantemente, no processo político brasileiro, como ocorreu, de forma mais drástica, no golpe militar de 1964 e na edição mequetrefe do debate entre Lula e Collor nas eleições presidenciais de 1989, que favoreceu o "Caçador de Marajás".
domingo, 21 de setembro de 2014
Afiliada da Globo na Bahia será punida?
Por Altamiro Borges
Na quarta-feira (17), mais um episódio grotesco evidenciou que os donos da mídia se consideram acima das leis no Brasil. A TV Oeste, repetidora da Rede Globo na região de Bom Jesus da Lapa (a 796 quilômetros de Salvador), veiculou durante todo o dia uma imagem congelada de Paulo Souto, o candidato do DEM ao governo do Estado. O crime eleitoral poderia até resultar na cassação da outorga da empresa, que explora uma concessão pública de televisão. Mas a tendência é que a propaganda ilegal da TV Oeste e dos demos não resulte em qualquer punição.
Na maior caradura, a Rede Bahia, proprietária da repetidora, emitiu nota oficial afirmando que “uma falha técnica do equipamento receptor de satélite instalado na cidade motivou o congelamento da imagem”. A falha durou mais de 24 horas e a emissora não tomou qualquer providência. Neste período, o sinal da transmissão da TV aberta “ficou sem áudio e com a última imagem congelada” – por coincidência, ela exibia o candidato do DEM abraçado a uma eleitora. Quem sintonizou a TV Globo neste horário, assistiu a longa propaganda gratuita de Paulo Souto. Um absurdo!
Por outra coincidência, destas que só ocorrem em países que não possuem qualquer regulação da mídia, a Rede Bahia pertence à família de ACM Neto, prefeito de Salvador e chefão dos demos no Estado. A empresa atualmente é presidida pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães Junior, filho do velho cacique ACM. Diante de tantas “coincidências”, a coligação de Rui Costa (PT) decidiu acionar a Justiça Eleitoral. “É um desequilíbrio na eleição. A população da região foi obrigada a ficar olhando a imagem do adversário”, argumenta o advogado Adriano Soares da Costa.
Fora da Bahia, ainda há outra “coincidência”. O escândalo não apareceu no Jornal Nacional da TV Globo e nem nas emissoras rivais ou no restante da mídia – coisa típica dos acordos mafiosos. A Folha de S.Paulo até deu uma notinha – de três linhas. “As coligações de Rui Costa (PT) e Lídice da Mata (PSB) acionarão a Justiça Eleitoral contra a Rede Bahia, dona da TV Oeste, por suposto [sic] benefício a Paulo Souto (DEM). A TV passou ao menos um dia veiculando imagem congelada de Souto para aparelhos da região de Bom Jesus da Lapa. A emissora diz que houve falha técnica”.
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sábado, 20 de setembro de 2014
Sílvio Santos anteviu Patrícia Poeta e o Infotenimento
Por Wilson Ferreira
Ao revelar que vai sair da bancada do Jornal Nacional (acendendo as mais diversas teorias conspiratórias), Patrícia Poeta disse que preparava um “projeto de programa de entretenimento” e afirmou “ter se preparado a vida inteira para isso”. Se isso for verdade, é a repetição de um fenômeno que vai da apresentadora Daniela Albuquerque (que descobriu a profissão de jornalismo em uma caixa de toddynho) ao jornalista esportivo Tiago Leifert escalado para apresentar o reality show musical da TV Globo “The Voice Brasil” – confirmando a profética iniciativa de Silvio Santos quando colocou a jornalista Lilian Witte Fibe no júri do “Show de Calouros” em 1991. É o infotenimento, fenômeno no passado restrito ao mundo das “notícias diversas”(notícias insólitas e inexplicáveis), mas hoje recorrente quando jornalistas egressos das “hard news” decidem partir para projetos de entretenimento. Mais que exceções, parecem revelar secretas conexões que sempre existiram entre notícia e entretenimento.
Três parábolas televisivas:
(a) Em 1991 a jornalista Lilian Witte Fibe foi contratada por Silvio Santos para comandar o Jornal do SBT. Logo depois, a jornalista foi convocada pela dono da emissora para fazer uma participação especial no Show de Calouros, quadro do programa das tardes de domingo de Silvio Santos, ao lado de figuras como Pedro de Lara e Elke Maravilha. Contrariando o princípio da época da credibilidade do jornalismo, Silvio coloca a apresentadora do principal telejornal da emissora em um programa de auditório ao lado das figuras mais caricatas da TV brasileira ;
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