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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Oito regras básicas de ortografia para internautas

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É grande bobagem ficar corrigindo erros gramaticais das pessoas, quando se manifestam por escrito nos fóruns de internet. Na verdade é uma forma de agressão, como diz a Anarquista Lúcida aqui no Blog do Nassif, sempre que alguém quer dar uma de professor de português. O importante é o conteúdo do que a pessoa diz. Todos têm o direito de se manifestar e ninguém é obrigado a ser letrado.
Entretanto, convenhamos que ficamos constrangidos quando cometemos um erro. E se o fato acontece numa discussão com um coxinha, e ele tira sarro de nós, querendo nos diminuir, aí... nem sei... o sangue sobe...
Lembro-me de um ser odioso, sociólogo, reitor de não sei qual “universidade” particular de São Paulo, que compunha o exército antipetista nas eleições de 1989. Dizia ele, nos debates de televisão, que tinha ouvido a Prof.ª Marilena Chauí falar “menas” em algum lugar, e não perdia chances de debochar dela por isso. Sem chances de enfrentá-la no plano intelectual, pois é diminuto, utilizava esse artifício pequeno para atacá-la.
O Presidente Lula também é infernizado, com frequência, pelos anões que nunca chegarão a sua estatura, por bobagens semelhantes.
Escrever sem erros é impossível. É importante fazer uma revisão. Se não der, vai assim mesmo. Essencial é a mensagem e o debate. Meu erro preferido é de concordância do verbo ser (é/são). Quando não faço uma revisão, quase sempre caio nessa esparrela.
Um erro que me surpreende, quando vejo as pessoas cometerem, é o do primeiro exemplo aí embaixo, confusão na maneira de escrever o passado e o futuro dos verbos, na 3ª pessoa do plural. O leitor fica desnorteado, por alguns instantes, na compreensão da leitura, até que, pelo contexto, retoma o fio.
Abaixo oito regrinhas básicas sobre alguns dos erros mais comuns que cometemos, e algumas dicas mnemônicas propostas por gramáticos. Sempre lembrando que o importante é debater, participar com nossas opiniões, respeitosamente, sem medo de ser feliz e de cometer errinhos insignificantes.

  1. Passado e Futuro de verbos
Essa é fácil: no passado terminam com “ram” e no futuro com “rão”
Ex: Eles comeram ontem.              Eles comerão amanhã.

  1. Bom e mau, bem e mal
O antônimo de bom é mau. O antônimo de bem é mal.
Quando houver dúvida, tentar dizer a mesma frase com o antônimo e ver como fica melhor:
Ex: Ela dança mau (ou mal?)     jogando o antônimo: ela dança bom (ou bem?) Ela dança bem, lógico.  O antônimo de “bem” é “mal”, portanto o certo é “ela dança mal”.

  1. Possui/Possue   Constrói/Constroe   Atribui/atribue
Verbos terminados em “uir” têm “i” nas segunda e terceira pessoas do singular do presente do indicativo: Ele possui, tu possuis, ele constrói, ele atribui... 
Na terceira do plural, sim, tem um “e”: eles possuem, eles constroem
Portanto, nunca mais escrever “ele possue”.

Verbos terminados em “uar”  > tem “e” nas formas do presente do subjuntivo
Ex.: Que ele continue, que tu continues

  1. Por e querer sempre com “s”: eu pus, eu quis, se ele quiser. Nunca eu quiz, se ele quizesse, etc.

  1. 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir:
Eles têm,   eles vêm
Observe: sem duplo “e” e com acento.

  1. 3ª pessoa do plural do presente do indicativo de lervercrer:
Eles leem, eles veem, eles creem
Observe: com duplo “e” e sem acento (caiu o acento no novo Acordo Ortográfico)

  1. Verbo haver no sentido de tempo:   Ele partiu há dois dias/Ele parte daqui a dois dias.
Erro frequente, mas fácil de ser evitado: Com sentido de contagem de tempo no passado é verbo haver (há, havia). Contagem de tempo no futuro não se usa verbo haver, mas a preposição “a”.

  1. Haver (no sentido de existir)   x  Existir  x  Fazer (no sentido de tempo):
Há pessoas felizes   >   Existem pessoas felizes
O verbo haver no sentido de existir é impessoal, só aparece na terceira pessoa do singular, não concorda com o sujeito. O verbo existir, ao contrário, não é impessoal, portanto concorda com o sujeito.
No futuro haverá dias felizes  >  No futuro existirão dias felizes

O verbo fazer (indicando tempo) também é impessoal, portanto:
Fazia cinco anos que ele não estudava     e não      faziam cinco anos...  

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