A indicação do jurista Luiz Edson Fachin para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), pela presidente Dilma Rousseff, foi recebida com uma aprovação unânime do meio jurídico.
Juristas de todas as linhas políticas, ex-Ministros de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, praticamente todos os Ministros do STF, de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, aplaudiram a indicação.
Menos a velha mídia. Seguiu-se uma campanha infame, em que jornais permitiram que esgoto puro escorressem de suas páginas na tentativa de sujar uma biografia impecável. De defensor da poligamia a militante de invasões de terra, até a tentativa de macular sua carreira expondo versões falsas sobre sua dupla militância de procurador estadual e advogado.
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Na sabatina da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, compareceu em peso o mundo político do Paraná, do governador Beto Richa (PSDB) à senadora Gleize Hoffmann (PT), toda a bancada de deputados e inúmeros juristas paranaenses.
O que se viu foi o amuo desqualificado de alguns vikings da oposição, que encontraram pela frente a reação indignada de um de seus pares mais carbonários: o senador Álvaro Dias (PSDB-PR): “Na arena desse debate, há espaço para a irracionalidade, para a ignorância, para a vaidade, para o ódio, para a esquizofrenia política, distante do bom senso, do discernimento e da ponderação”, admitiu ele, em defesa de Fachin.
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No mesmo dia em que Fachin submeteu-se à sabatina no Senado, as redes sociais divulgaram dois fatos.
O primeiro, um desabafo do músico Marcelo Nova, do conjunto Camisa de Vênus Oficial, a respeito de uma entrevista com ele veiculada pela revista Veja.
Desabafou ele: “Algumas das perguntas que lá estão nem sequer me foram feitas e as respostas ficaram a cargo de vai se saber quem. Como se não bastasse essa abordagem amadora, há uma suposta frase minha sobre Raul Seixas: 'Ele bebia muito e não aparecia para as apresentações.' Eu e Raul fizemos juntos 50 shows e ele compareceu em absolutamente todos. Foi muito mais profissional do que quem publicou este absurdo. Deixo uma pergunta: A quem interessa esse tipo de mentira barata?"
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Não era uma entrevista política, inserida na guerra santa atual. Era uma mera entrevista para a seção de Entretenimentos. Mas recorreu-se à ficção da mesma maneira, mostrando que a deterioração do jornalismo não poupa mais sequer temas culturais.
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A segunda denúncia, através das redes sociais, foi de Amanda de Oliveira, bolsista do Ciência Sem Fronteira:
“Na manhã de ontem passou na Globo uma reportagem sobre o Ciência sem Fronteiras onde eu apareço. Gostaria de dizer que tudo o que foi dito a meu respeito naquela reportagem é MENTIRA! Primeiramente, eu NÃO voltei para o Brasil pela insegurança gerada pela falta do dinheiro. Até porque essa foi a ÚNICA parcela da bolsa que não caiu durante todo o meu intercâmbio. Eu voltei pelo simples motivo que minhas aulas na UFT começariam agora e eu julguei não valer a pena perder outro semestre (e isso foi dito INÚMERAS VEZES na minha entrevista. Mas a Globo achou mais interessante omitir isso e inventar um motivo mais atraente)”.
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Na guerra santa atual, a maior vítima tem sido a notícia.
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