Rede Globo & Cia e a perseguição ao Lula, o que está em jogo?
por Alexandre Tambelli
Estamos presenciando um momento de convergência de situações políticas no Brasil. Estas situações convergentes determinam uma radicalização da perseguição ao Lula por parte da velha mídia capitaneada pela Rede Globo, Veja, Folha, Estadão, Band, RBS e algumas poucas famílias mais.
Estas poucas famílias e bilionárias juntas detêm cerca de 90% de toda a cadeia de informação (TV, rádio, jornal, revista, internet, cinema, etc.) sobre o cotidiano do Brasil e do Mundo que o brasileiro pode obter em Língua Portuguesa.
A radicalização da perseguição ao Lula se dá por alguns fatores importantes. Vou elencar aqui alguns deles.
1) A população brasileira em crescente pede um Fora Temer e Lula tem força política e social, respeitabilidade internacional e pode ser um porta-voz do eleitorado Fora Temer;
2) O termo Golpe de Estado, que foi praticado contra Dilma Rousseff e o PT já está sedimentado no seio da população menos afetada pela narrativa da velha mídia e pela comunidade internacional. Precisa-se debilitar ao máximo a reputação de Lula dentro e fora do País;
3) A possibilidade de uma nova Eleição presidencial existe. A população que saiu às ruas em 2015 e 2016 não se manifestou para pedir a posse de Temer, é bom salientar este ponto;
4) Lula é o candidato mais forte para vencer um possível pleito contra o candidato que a velha mídia apoiar nos dias de hoje e mesmo que a Eleição presidencial só ocorra em outubro de 2018. Lula lidera todas as pesquisas de opinião feitas neste ano;
5) Colocar Lula no centro do debate político atual desvia o foco narrativo principal, ou os focos narrativos principais do Brasil de hoje, e que são três: a) O Fora Temer; b) A possibilidade de uma Diretas Já com Lula candidato; c) A discussão necessária das privatizações do Pré-Sal e Petrobrás e demais empresas públicas e as reformas da Previdência e trabalhista.
6) A temática única da corrupção e centrada em Lula, símbolo máximo da esquerda, hierarquicamente colocada como o tema central a ser debatido no País está, também, ligada às eleições municipais de 2016. A associação do PT e das esquerdas à corrupção como elemento aglutinador do não voto ao PT e seus candidatos e seus atuais aliados dentro das esquerdas.
Foca-se no tema Lula e a Corrupção tendo Lula como o “Comandante” para se escantear o Projeto de País da direita, suas reformas estruturais neoliberais e contra a classe trabalhadora do debate eleitoral.
Importante se pensar no que coloco a seguir.
A todo tempo é preciso hierarquizar o que o povo discute nas ruas e nas redes sociais, eis uma das bandeiras centrais da velha mídia.
Discutirmos com prioridade as acusações contra Lula no Ministério Público, bem neste tempo de definição das eleições de prefeituras e câmaras de vereadores, ao invés dos programas de governo de cada candidato, estranho, não é verdade? Faltam 2 semanas para a Eleição Municipal.
Em se tornando a corrupção mais importante, no processo de hierarquização da velha mídia, do que qualquer outro tema eu faço a população votar por exclusão, não por seus próprios interesses.
O “menos pior” candidato, que na verdade pode ser o seu carrasco ganha votos anti PT, anti esquerda, e não votos para si, mas tem a legitimidade das urnas, que é o que importa.
O controle da narrativa do País nas mãos da Rede Globo & Cia., defendendo os interesses de seus donos: os irmãos marinho e de outras poucas famílias retira da população o protagonismo de opinar sobre o que é importante ao Brasil e seu povo. Por que afirmo isto?
Porque a opinião pública desviada é para o tema Lula, o tema corrupção e, os problemas reais do Brasil e seu futuro são escanteados.
Ao distrair o brasileiro médio com a temática Lula e a corrupção eu não provoco o debate sobre as reformas da Previdência e da CLT, que o Governo Golpista e os golpistas do Congresso pretendem implementar no Brasil, sobre a idade mínima de aposentadoria em 65 anos ou 70 anos, sobre a jornada de trabalho de 12 horas diárias, sobre a prevalência do acordado sobre o legislado, e assim por diante.
A perseguição ao Lula é uma forma de hierarquizar o que a população brasileira deva discutir, para se conseguir colocar em prática os interesses da Elite Midiática (a velha mídia), de partes da plutocracia brasileira, do mercado financeiro, do Capitalismo Internacional e dos Estados Unidos, todos interesses antinacionais, anti desenvolvimentistas e que favorecem apenas uma parcela ínfima da sociedade brasileira.
Lula como Presidente representa, é símbolo, de um modelo de desenvolvimento soberano, com independência nas ações governamentais diante das outras nações do Mundo, um modelo de sociedade com inclusão social de todos, com empresas nacionais fortes e competitivas internacionalmente, com uma população instruída e tecnicamente capacitada, dentre outras coisas.
A velha mídia representa o oposto, o apequenamento do Brasil diante do Mundo, um País agrário-exportador de comodities, de biodiversidade e de recursos naturais e um paraíso fiscal para os rentistas. E cabe lembrar, para justificar a minha afirmação de que a velha mídia defende um modelo de desenvolvimento do País oposto ao Brasil de Lula, a Rede Globo de Televisão, símbolo máximo da velha mídia, nasceu de um aporte financeiro do Grupo Time-Life Norte-Americano em 1965. Ela sempre defendeu e, ainda, defende interesses do Império Americano em terras brasileiras.
Imaginemos o Poder gigantesco da Vênus Platinada de informar os brasileiros sobre a realidade do Brasil e do Mundo defendendo interesses dos EUA em território brasileiro, é justo?
Enquanto existir o monopólio da narrativa e hierarquização dos temas a serem discutidos pelos brasileiros nas mãos da velha mídia, temas formadores de uma opinião pública monolítica e, geralmente, incapaz de perceber os caminhos necessários, para além do combate à corrupção, para se construir um Brasil desenvolvido, industrializado, soberano e com Justiça Social viveremos neste caos da perseguição política à esquerda, aos defensores dos interesses nacionais e aos desenvolvimentistas, perseguição travestida (disfarçada) de combate à corrupção.
Um futuro Governo de esquerda e/ou desenvolvimentista e defensor dos interesses nacionais precisará mexer neste processo viciado de tudo se resumir ao “combate à corrupção”, decorrente do monopólio das comunicações e pluralizar as mídias brasileiras (TV, rádio, jornal, revista, Internet, etc.), dando voz a todos os segmentos econômicos e sociais existentes no Brasil, gerando a possibilidade do contraditório (o fim da opinião única), gerando a possibilidade de defesa dos atacados pela velha mídia em outros canais com audiência e gerando, ainda, a possibilidade se ter novas narrativas sobre a realidade brasileira para além da velha mídia, criando uma opinião pública mais plural e reflexiva.
A pluralidade de mídias com opiniões diversas e diferentes ideologias vocalizadas impossibilitará de a narrativa da corrupção ser, praticamente, a única no País que deva gerar interesse de discussão no seio da sociedade e, como já frisei antes, perseguindo apenas um conjunto de pessoas e partidos: Lula, Dilma, PT, os desenvolvimentistas, os defensores dos interesses nacionais e as esquerdas.
Vivemos uma realidade, onde, todas as outras pessoas e partidos estão livres para fazer o que bem entender, até praticar a grande corrupção e roubar para valer no exercício de uma função pública, porque não lhe será cobrado na Justiça e nem na velha mídia os atos praticados. Sequer, talvez, noticiada a corrupção praticada.
Eduardo Cunha estar livre, leve e solto, o maior corrupto do País é uma vergonha internacional. Aécio Neves e seu aeroporto particular feito com dinheiro público, dentre outras denúncias (o multi delatado da Lava-Jato) contra si estar tranquilamente exercendo funções políticas não nos deixa mentir sobre a realidade que relatei acima.
O monopólio da informação em poucas mãos acaba por gerar uma realidade perigosa, onde, se você tentar remar contra a maré, querendo fazer a Justiça caminhar dentro das leis e da Constituição você pode ter sua reputação assassinada, ter sua carreira na magistratura abreviada, por simplesmente buscar a verdade, doa a quem doer.
Sem contar que o monopólio das comunicações gera uma ação entre amigos, onde membros do STF, MP, TSE, PF, etc. são aliados/ cooptados da Rede Globo & Cia., e partidarizam suas ações e investigações conforme a cor da camisa que as pessoas e partidos vestem. Vestiu vermelho pode ser investigado e preso mesmo que sem provas, vestiu azul e amarelo não vem ao caso.
Imaginemos o quanto é midiática uma Operação como a Lava-Jato. Noticiada o tempo todo e valorizado cada um dos agentes desta Operação, agentes que até recebem prêmios, como é o caso do Juiz Sérgio Moro, que ganhou o prêmio de Personalidade do Ano da Rede Globo de televisão em 2015.
Em que País civilizado Juiz é celebridade, igual a um artista de Hollywood?
Você faz e defende os interesses da velha mídia e ela lhe dá os holofotes, a fama e o reconhecimento. Já, quem está do outro lado da ponte, como Lula está fica indefeso, não tem mídias com audiência para defesa de sua reputação e de suas acusações nem Judiciário com segurança para frear a perseguição a ele e sua família, porque quem ousar frear os interesses da velha mídia, como já disse antes, pode passar a ser perseguido e ter sua reputação assassinada, também, idêntico como fazem com Lula e com qualquer pessoa, político que ousar ir contra os interesses antinacionais dos irmãos marinho, dos Civitas, dos frias, dos saads e dos mesquitas, sobrenome dos donos dos canais de comunicação monopolizados da velha mídia.
Enfim, o que falam de Lula nos microfones e holofotes da velha mídia se torna uma verdade aparentemente incontestável, só existe a verdade que ela quer que a opinião pública aceite, e mesmo sem provas contra Lula e sem ele ter o direito de defesa do que é acusado temos que aceitar como um ato de Justiça e de verdade o que disse um Procurador da Lava-Jato: - Não tenho provas, mas tenho convicção. (Sobre Lula ser o “Comandante” de toda a corrupção que existe, se instalou no Brasil, e, incrível, ela parece ter sido criada em 2003, antes não existia corrupção e nem corruptos e corruptores).